Policiais Civis entram no
segundo dia de paralisação
Os policiais civis entraram no segundo dia de paralisação nesta terça-feira (9). De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), na segunda (8) foram registradas 120 queixas no Plantão Especial, na Praça da Piedade, e outras 400 ocorrências na Delegacia Digital (www.delegaciadigital.ssp.ba.gov.br). O movimento continua forte nas 523 delegacias distribuidas por toda a Bahia e nenhuma unidade deixou de apoiar a paralisação, principalmente no interior do estado.
Nesta paralisação (as outras três ocorreram em maio), continuam suspensos serviços como a realização de diligências, atividades de cartório, escoltas ou transferências de presos. Também não funcionará o setor de retirada de inquéritos ou outras comunicações como ofícios, protocolos e visitas de internos das unidades. A excessão fica por conta das prisões em flagrante, capturas de procurados, homicídios e remoção de cadáveres, realizados normalmente.
A categoria deseja um reajuste salarial 100%, que seriam disponibilizados no decorrer dos próximos três anos. O Governo do Estado, no entanto, oferece índice que oscila entre 30% e 40%, que seria fracionado pelo mesmo período. A reivindicação tem como base o salário dos delegados, que é de R$ 4,5 mil.
Durante os três dias de paralisações a categoria mantém 30% do efetivo trabalhando. “Estamos cumprindo o que determina a Lei, com os 30% do efetivo em atividades, conforme escala organizada pelo Sindpoc. Estamos seguindo religiosamente essa margem”, esclarece o secretário-geral do sindicato, Bernardino Gayoso.
Greve
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Marcos Oliveira, a paralisação será encerrada às 8h da próxima quinta-feira (11), feriado de Corpus Christi. No dia 18 de junho a categoria se reúne em nova assembleia, cujo objetivo é definir os rumos da greve, prevista para iniciar no dia 20, véspera dos festejos juninos, caso sindicato e Governo não entrem num acordo.
O vice-presidente também disse que o governo continua irredutível e não discute com o Sindpoc desde quinta-feira da semana passada, quando uma comissão foi recebida pelos deputados Rui Costa (PT), Walter Pinheiro (PT) e o secretário de administração do Estado, Manoel Vitório. “Eles dizem que estão estudando a proposta. Enquanto isso, nosso cronograma de paralisações continua o mesmo“, explicou.
“Ontem também tivemos uma conversa com a deputada Lídice da Mata. O nosso vice-presidente, Marcos Maurício, participou do encontro e informou que a parlamentar está à disposição da categoria para intermediar a situação entre a categoria e o governo”, esclarece Gayoso.
Delegacia Digital
Na Delegacia Digital, alternativa para quem precisa documentar alguma ocorrência, podem ser registrados furtos ou roubos de veículos, arrombamentos de casas comerciais e residenciais. No entando, Gayoso esclarece que é importante que a população saiba que, em alguns casos, a ocorrência registrada na Delegacia Digital não tem valor.
“Se um estudante perde ou tem o seu Smartcard roubado, por exemplo, e realiza a queixa pela internet, o Setps não aceita o documento como comprovante para solicitação de um novo cartão. Esses dados servem apenas para estatística, pois não são realizadas investigações para apurar o caso”, considera Gayoso.
LimiteEm matéria publicada nesta terça-feira, no jornal A Tarde, o superintendente de recursos humanos da Secretaria de Administração do Estado (Saeb), Adriano Tanbane, disse que as negociações com os policiais civis "chegaram ao limite". De acordo com o texto, Tanbane afirma que o Estado vai esperar para ver se a categoria vai cumprir a ameaça de greve a partir do dia 20 de junho. Ele conta ainda que as negociações começaram em novembro do ano passado e o governo oferece reajuste de 42%, além de outros ganhos.
Fonte: http://www.sindpoc.org.br/noticia_159.html